Bem-estar e uso de tecnologia para o mundo do trabalho: desenvolvendo habilidades e educando jovens e adolescentes



Parte I – Sobre proponente e co-proponente

Proponente

Nome:

Isabella Amin Vieira Rocha de Moura Ferro

Estado:

Santa Catarina

Região:

Sul

Setor:

Comunidade Científica e Tecnológica

Co-proponente

Nome:

Safernet Brasil

Estado:

Bahia

Região:

Nordeste

Setor:

Terceiro Setor

Parte II - Sobre o Workshop

Resumo do workshop

Bem-estar digital e uso de tecnologias são tópicos emergentes no debate sobre saúde mental de jovens e adolescentes. Apesar disso, ainda são incipientes na Governança da Internet as discussões que alinham esses tópicos à formação profissional em um mundo do trabalho cada vez mais digitalizado, onde problemas como a fadiga de telas e o trabalho remoto impõem desafios. A mesa busca um debate multissetorial sobre boas práticas e oportunidaddes, principalmente pela ótica das políticas e da educação.

Objetivos e conteúdos do workshop

A rápida adoção e as mudanças impostas pelo uso das TICs nas rotinas de trabalho são uma realidade no país, embora componham um cenário de muitas dúvidas e preocupações sobre o sentido do desenvolvimento tecnológico e da educação para adolescentes e jovens. A Estratégia Brasileira de Transformação Digital (Decreto 9.319/2018), por exemplo, prevê como um dos eixos habilitadores a educação e capacitação profissional. E sabemos que jovens entre 16 e 24 anos são o segmento da população com maior taxa de usuários de Internet hoje, 96%, contra 81% da média nacional, segundo a Pesquisa TIC Domicílios 2020, do Cetic.br/NIC.br. Mas são também os jovens os historicamente mais desempregados, com uma taxa que chega a 25,7% no 3º trimestre de 2021 para o que têm entre 18 e 24 anos, mais que o dobro da média nacional segundo a PNAD Contínua, do IBGE. E a pandemia de Covid-19 só piorou essa situação, elevando também indicadores preocupantes de evasão escolar, prejuízos à saúde mental e falta de confiança e esperança no futuro, conforme indica a pesquisa Juventudes e Pandemia, do Conjuve (2021). Nesse contexto, vemos ganhar ainda mais relevância o debate que alinha educação, formação profissional, saúde mental e bem-estar digital, como forma não apenas de preparar jovens para os desafios, mas também para que eles e elas possam oferecer soluções para tendências como o ensino e o trabalho remoto e o papel de redes sociais no trabalho e no desenvolvimento da personalidade. Assim, este workshop tem 3 objetivos: 1) Discutir a relação entre bem-estar/saúde mental e uso de tecnologias para adolescentes e jovens, 2) Entender como alinhar esse debate à crescente preocupação sobre saúde mental no ambiente de trabalho; e 3) Apresentar estratégias, desafios e boas práticas multissetoriais que possam servir de modelo para políticas públicas sobre o tema.

Relevância do tema para a Governança da Internet

O art. 2º do Marco Civil da Internet tem como fundamento os direitos humanos, o desenvolvimento da personalidade e o exercício da cidadania em meios digitais. O direito à saúde, por sua vez, é elencado no art. 6º da Constituição, respaldado pelo art. 7º e seguintes do Estatuto da Criança e do Adolescente. Priorizar debates para a saúde e bem-estar da juventude, em um contexto educacional e de capacitação para o mercado de trabalho em transformação digital, se torna de maior importância quando observamos dados da pesquisa Juventudes e a Pandemia do Coronavírus (2021, Conjuve), no qual 36% dos respondentes avaliaram seu estado emocional como "ruim" ou "péssimo", enquanto 56% declararam um uso exagerado das redes sociais. A Estratégia Brasileira de Transformação Digital visa criar uma estratégia multissetorial para compreender as mudanças estruturais causadas pelo aprofundamento do uso da tecnologia digital no Brasil, incluindo perspectivas para educação e formação de profissionais para as novas profissões do mercado de trabalho. Como estratégia para encarar os desafios que as TICs apresentam para o futuro do trabalho, temos de construir propostas de bem-estar e capacitação emocional da juventude, com foco na saúde. O painel propõe a construção multissetorial de caminhos para políticas públicas de educação que precisam contemplar não apenas o uso pedagógico e instrumental das TIC, mas também incluir o uso responsável e saudável das tecnologias de maneira sistemática. De tal forma, visa apresentar desafios e abordar estratégias para políticas públicas e privadas de relacionamentos saudáveis com as TICs no contexto brasileiro. Isso se torna mais relevante para os debates da Governança da Internet quando enfrentamos as perspectivas de desemprego estrutural, desaparecimento de profissões e de necessidade de capacitação de jovens e adolescentes para as chamadas "profissões do futuro".

Forma de adequação da metodologia proposta

O moderador apresentará, em 5 min, o contexto do workshop, os palestrantes e as perguntas direcionadoras da discussão, que são: 1) Na sua perspectiva, quais são os principais tópicos de interesse hoje no debate sobre bem-estar/saúde emocional e uso de tecnologias pensando em jovens e adolescentes brasileiros?; 2) Como você enxerga essas questões pensando na educação e formação profissional, principalmente no contexto pré e pós-pandemia para o mundo do trabalho?; 3) Que estratégias e boas práticas multissetoriais poderiam servir de modelo para iniciativas nas escolas, sociedade civil e políticas públicas? Após, iniciamos 3 rodadas, de 12 min cada, direcionadas a 2 palestrantes por vez, que responderão, em 5 min cada, 1 mesma pergunta direcionadora. A 4ª rodada durará 20 min e terá comentários dos palestrantes sobre falas de colegas. Após, seguimos com 20 min para interação com audiência e perguntas. E finalizamos com 9 min para comentários finais e despedida.

Engajamento da audiência presencial e remota

No início, o moderador irá apresentar o modelo de engajamento para audiência, que será reforçado durante todo o workshop. O último bloco (20 minutos) será dedicado, exclusivamente, para interação entre painelistas e audiência. Participantes presenciais poderão realizar perguntas através do microfone, e a audiência remota poderá enviar pela plataforma de transmissão do fórum (Youtube). A audiência poderá, previamente e durante o workshop, responder às perguntas disparadoras através da plataforma Padlet. O moderador e o relator elencarão algumas das contribuições para serem lidas ao final de cada um bloco, dando preferência às que tiveram mais curtidas, de forma a contribuir para as falas dos convidados. Durante o último bloco, o moderador alternará perguntas da audiência presencial com perguntas da audiência remota.

Resultados pretendidos

A organização espera que o workshop ofereça contribuições para a interseção entre tópicos abrangentes, embora ainda pouco discutidos juntos: bem-estar digital, saúde mental, uso de tecnologias, formação profissional e juventude. Buscamos um debate cujo resultado possa servir de estímulo para a consolidação de projetos educativos que engajem adolescentes e jovens não apenas no desenvolvimento de habilidades que os preparem para um mercado de trabalho cada vez mais mediado por tecnologias, mas também para que eles e elas possam analisar criticamente e oferecer soluções para problemas emergentes. Entendemos que há uma oportunidade única para que jovens que hojem vivenciam problemas de bem-estar ao usar a Internet e as redes sociais possam se tornar agentes de transformação, inclusive no mercado de trabalho. Como resultado concreto do workshop, esperamos criar um quadro visual compilando os tópicos e referências mais recorrentes na discussão.

Relação com os príncipios do Decálogo

Inovação

Temas do workshop

DINC – Crianças e Adolescentes | ISCI – Futuro do trabalho | TEDU – Capacitação digital |

Aspectos de diversidade relevante

Gênero | Região | Idade ou geração |

Como a proposta integrará os aspectos de diversidade

O workshop tem uma composição etária equilibrada, contando com profissionais experientes e jovens profissionais que trabalham com os temas em diferentes vieses. Entendemos que essa diversidade é necessária para que possamos buscar compreender, na discussão, a diversidade das juventudes. Contamos com convidados de três diferentes regiões do Brasil (Norte, Centro-Oeste e Sudeste), e buscaremos que eles enfatizem tanto suas regiões específicas (especialmente o caso do Norte) quanto aspectos mais gerais. Contando com a organização, temos pessoas de todas as regiões envolvidas no workshop. Além disso, buscamos consolidar a paridade de gênero entre painelistas, sendo 2 homens e 2 mulheres convidados, e 1 homem e 1 mulher na organização.
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