A Amazônia na Internet: Dados, redes e ativismos



Parte I – Sobre proponente e co-proponente

Proponente

Nome:

Coletivo Proteja Amazônia

Estado:

Amazonas

Região:

Norte

Setor:

Terceiro Setor

Parte II - Sobre o Workshop

Resumo do workshop

Em 2021, a divulgação de dados socioambientais sobre a Amazônia se tornou um desafio, enquanto o debate público viralizou nas redes sociais com fortes indícios de atuação de bots. Este workshop é uma oportunidade para ouvir grupos amazônidas, que atuam em territórios com baixos índices de conexão, sobre estratégias de ocupação do ecossistema da Internet, desde a articulação de redes à produção de dados, passando pelo ativismo digital, que denuncia as violações aos direitos humanos na região.

Objetivos e conteúdos do workshop

Entre agosto de 2020 e julho de 2021, a Amazônia perdeu 10.476 km² de floresta, no maior ritmo de desmatamento dos últimos 10 anos, segundo o Imazon, e registrou em 2021 mais de 41 mil focos de incêndio, segundo o Inpe. Em reação ao avanço de atividades criminosas combinadas com descaso de autoridades, jornalistas, pesquisadores, povos tradicionais e organizações do terceiro setor ocuparam o ecossistema da Internet com dados, denúncias e relatos, criando redes e estratégias de comunicação em combate ao discurso de ódio e à desinformação, que invisibilizam a devastação da maior floresta tropical do mundo e naturalizam os ataques às populações que vivem nela. A Amazônia Legal engloba 9 estados brasileiros, dos quais 7 compõem a região Norte. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2019, do IBGE, 76% dos domicílios na região têm acesso à internet, ficando abaixo da média nacional que é de 82% de residências com algum tipo de conexão. O cenário se repete no contexto rural, com o percentual mais baixo entre todas as regiões do País. Apesar dos problemas significativos de conexão na região, é a Internet que tem possibilitado a presença de populações amazônidas no debate público e a articulação de redes para produção de dados diante de “apagões” causados pelo desmonte de políticas públicas socioambientais. Ou seja, o uso da rede é essencial para amplificar vozes, alcançar apoio político e/ou pressionar as autoridades competentes. Os objetivos do workshop são: Conectar atores, iniciativas e redes digitais sobre/na Amazônia Divulgar estratégias e projetos de combate à desinformação e ao discurso de ódio Articular estratégias de produção e divulgação de dados sobre questões socioambientais da Amazônia Fortalecer a liberdade de expressão de povos originários Fortalecer a agenda sustentável nas discussões de Governança da Internet

Relevância do tema para a Governança da Internet

Essa proposta vai ao encontro de alguns dos Princípios para Governança e uso da Internet no Brasil. Ao propor um debate sobre a forma como a rede é utilizada para constituir iniciativas de comunicação na Amazônia que promovem a defesa dos direitos humanos e o combate a crimes ambientais na região, a mesa redonda alinha-se ao princípio da Liberdade de expressão, privacidade e direitos humanos. O princípio é importante também para nortear as diferentes percepções dos participantes sobre a disseminação de discursos de ódio e desinformação nas plataformas digitais. Outro ponto a ser debatido pelos participantes diz respeito ao pouco acesso à internet em grande parte da região amazônica. Longe das grandes cidades, a rede tem acesso pontual e muitas comunidades amazônidas só conseguem acessar através de projetos ou parcerias. O debate sobre acessibilidade na região e como isso impacta na produção de informações sobre essas localidades se relaciona com o Princípio da Universalidade da rede, que indica esse acesso como fundamental para o desenvolvimento social e humano, o que em grande parte da Amazônia não acontece. Por fim, os temas que serão trabalhados no workshop têm relação com o Princípio da Diversidade, uma vez que o discurso de ódio contra populações amazônidas ou mesmo dos modos de viver de uma região brasileira continental são diferentes de outras regiões brasileiras. Durante o debate iremos ouvir como os participantes avaliam a forma com que o ecossistema da internet brasileira, e por extensão a mídia que ocupa espaços nesse ecossistema, acolhe e dá visibilidade para as pautas, narrativas e emergências vindas da Amazônia.

Forma de adequação da metodologia proposta

O workshop será dividido em dois blocos principais, cada qual com dois participantes respondendo a uma pergunta norteadora. O público terá espaço para enviar perguntas de forma online ou fazê-las presencialmente ao microfone (caso o FIB12 aconteça presencialmente) aos participantes ao final de cada rodada. * Apresentação dos participantes, do tema e da dinâmica do painel pela moderação (5 min.); * Bloco 1 com a fala inicial dos dois primeiros participantes em torno da pergunta: (5 min para cada debatedor, no total de 10 min.) * Perguntas da mediadora aos dois participantes (10 min.) * Perguntas da audiência (10 min.) * Bloco 2 com a fala inicial dos outros dois participantes em torno da pergunta: (5 min para cada debatedor, no total de 10 min.) * Perguntas da mediadora aos debatedores (10 min.) * Perguntas da audiência (10 min.) * Considerações finais dos quatro debatedores (5 min para cada debatedor, no total de 20 min.) * Encerramento (5 min.)

Engajamento da audiência presencial e remota

Para favorecer a participação presencial e remota, propõe-se a utilização das redes sociais da entidade proponente com divulgação anterior ao dia da Mesa Redonda e com uma cobertura colaborativa durante o evento com uso de hashtags. Durante o evento, o público online poderá interagir enviando perguntas ou fazendo comentários sobre a Mesa Redonda. As perguntas serão feitas pelo Moderador ao final de cada bloco e também pela audiência presencial que quiser perguntar algo ao microfone para os participantes, no caso do FIB12 ser realizado presencialmente.

Resultados pretendidos

Conectar atores de Governança da Internet às pautas e redes amazônidas Divulgar iniciativas de combate à desinformação e discurso de ódio Ressaltar a defesa dos Direitos Humanos na Internet?

Relação com os príncipios do Decálogo

Liberdade, privacidade e direitos humanos

Temas do workshop

DICD – Conteúdos locais | DINC – Povos originários e tradicionais | ISCI – Internet e meio ambiente |

Aspectos de diversidade relevante

Gênero | Cor ou raça | Região |

Como a proposta integrará os aspectos de diversidade

Acreditamos que tanto a presença de amazônidas nos debates quanto a agenda socioambiental e sustentável podem e devem contribuir para o ecossistema da Internet. Trata-se de uma região de grande valor político, econômico e ambiental para o país, com rica diversidade cultural. A presente proposta parte deste entendimento para conectar e agregar diferentes perspectivas da região e de setores da sociedade. Outro aspecto é a diversidade de gênero, com três mulheres participantes, levando em consideração o protagonismo das mulheres na liderança comunitária e política na Amazônia e a produção científica sobre temas ambientais e políticos da Amazônia nas plataformas digitais. A mesa conta com a presença da única deputada indígena no Congresso, representando o Poder Legislativo, e com representantes do setor empresarial e do terceiro setor que atuam na produção de conteúdos voltados à garantia dos direitos dos povos tradicionais da Amazônia.
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