Autorregulação em perspectiva: comunicação política e moderação de conteúdo



Parte I – Sobre proponente e co-proponente

Proponente

Nome:

Júlia Maria Caldeira Gertrudes

Estado:

Minas Gerais

Região:

Sudeste

Setor:

Terceiro Setor

Co-proponente

Nome:

Lahis Pasquali Kurtz

Estado:

Santa Catarina

Região:

Sul

Setor:

Terceiro Setor

Parte II - Sobre o Workshop

Resumo do workshop

Com a emergência do uso global da internet, o modelo autorregulatório das plataformas vem enfrentando desafios, de forma que novos instrumentos heterônomos têm sido propostos. No entanto, além de não imediatos, muitos são também mal direcionados. Por isso, sugerimos discutir as respostas às diversas pressões regulatórias direcionadas a coibir a circulação de desinformação e discurso de ódio, bem como as que buscam limitar a intervenção dos intermediários sobre os conteúdos.

Objetivos e conteúdos do workshop

As problemáticas trazidas pela moderação de conteúdo afetam a internet como um todo, com maior foco para as grandes plataformas e, logo, para as interações entre os usuários e seu acesso à informação. Nesse âmbito, a fim de elencar soluções para uma melhor resposta regulatória frente a questões emergentes, sobretudo quanto à plataformização da comunicação política, a desinformação e disseminação de discurso de ódio, faz-se necessário explorar o modelo predominantemente autorregulatório utilizado pelas plataformas. É preciso ter em mente as possibilidades de modificação e contribuição face a novos modelos propostos. O objetivo do workshop é, assim, propor esse debate entre diferentes agentes do campo da moderação de conteúdo, trazendo à tona discussões sobre a autorregulação, suas práticas e como esse modelo pode ser substituído ou aperfeiçoado a partir de técnicas encontradas em outros, como os modelos de corregulação e heterorregulação. A partir do diálogo entre os diferentes setores afetados, busca-se compreender melhor os campos em que cada modelo pode ser alterado, bem como sua maneira de implementação. Algumas questões para discussão são: Como a autorregulação atualmente exercida pelas plataformas responde a questões como a desinformação na rede? Quais os benefícios e entraves desse modelo regulatório? Como outros modelos poderiam ser pensados e implementados hoje em dia? Quais seriam as dificuldades de implementação e adaptação? Como responderiam a questões como a desinformação e discursos de ódio na rede? Como a regulação sobre comunicação política pode afetar a dinâmica de uso da internet? A partir das contribuições de diferentes setores, seria possível uma maior compreensão quanto às práticas e técnicas de cada um dos modelos, bem como a proposição de sugestões em benefício à moderação de conteúdo.

Relevância do tema para a Governança da Internet

Para que as práticas de moderação de conteúdo atendam às necessidades dos provedores sem que direitos humanos sejam violados, é preciso voltar a atenção para os modelos regulatórios possíveis. A autorregulação, apesar de ser o modelo preponderante, é desafiada pelas problemáticas da massificação comunicacional. Apesar de permitir rápida adaptação e decisões diretamente por quem coloca em prática as medidas, ela possibilita uma série de efeitos negativos. Críticas comuns são a concentração do poder de decisão nos provedores das grandes plataformas, assim como as tentativas de universalização de suas políticas e a consequente desconsideração da diversidade cultural. Ademais, o foco nas grandes empresas gera o fenômeno da plataformização da internet, que permite uma maior polarização e a banalização da disseminação de desinformação e ofensas. No contexto regulatório brasileiro, o PL 2630/2020 se destaca, uma vez que regula diretamente alguns aspectos de moderação. Em sua proposta inicial, o projeto de lei legitimava as práticas já exercidas pelas plataformas com base em suas próprias disposições, o que denomina “autorregulação regulada”. Ainda no contexto brasileiro, a moderação de conteúdo exercida pelas plataformas encara desafios com a proximidade das eleições presidenciais de 2022, na qual discursos políticos eclodem em grande escala nas redes, podendo apresentar tanto caráter democrático e a favor da cidadania como caráter manipulador e opressor. Observa-se, assim, que o debate sobre a autorregulação é fundamental para o aperfeiçoamento das práticas de moderação de conteúdo existentes. No entanto, em paralelo, é preciso avançar nas reflexões sobre a hétero e corregulação, frequentemente defendidas como aprimoramentos da situação, mas cujo debate ainda é raro. Para a efetivação dessa discussão, é importante identificar os avanços e limites de cada um desses modelos, bem como apontar potenciais soluções para as problemáticas atuais.

Forma de adequação da metodologia proposta

Os debates serão organizados em uma mesa redonda, dividida em 2 blocos de 30 minutos cada, com rodadas introduzidas pela moderação e seguidas por falas de cada integrante da mesa. Em cada bloco, a moderação lançará uma pergunta para alguém da mesa, que deverá respondê-la e, em seguida, fazer um questionamento direcionado a alguém de outro setor. Assim sucessivamente até que todas as pessoas tenham respondido e questionado. As pessoas serão convidadas a participar da organização prévia de perguntas. O primeiro bloco tratará da plataformização da comunicação política e as questões que ela traz para a moderação de conteúdo, enquanto que o segundo bloco será sobre os modelos propostos para abordar as problemáticas, levantando aprimoramentos e limitações que eles apresentam. Entre os blocos ou durante eles, haverá espaço e tempo de 20min para a moderação trazer provocações e questões do público aos painelistas. Ao final, haverá 10min para relatoria e encerramento da discussão.

Engajamento da audiência presencial e remota

Anteriormente ao evento, serão criados espaços de interação nas redes sociais - caixa de perguntas, incentivo a comentários e reações - de forma a levantar reflexões e estimular o envio de questionamentos sobre o tema. Pretende-se levar esses questionamentos ao evento para que os painelistas apresentem seus comentários e intervenções. Também haverá incentivo para que painelistas estejam online no chat da transmissão e/ou interajam com o público, com espaço para perguntas da plateia presencial se for o caso. Haverá também uso de hashtags e leitura, durante o painel, de comentários no momento pertinente pela moderação, para que haja integração do público nos diálogos.

Resultados pretendidos

É esperado que o diálogo traga à tona diferenças e proximidades nas preocupações de cada setor, bem como possibilite uma diversidade de abordagens, permitindo reflexões colaborativas sobre regulação da moderação de conteúdo. Além disso, pretende-se que os apontamentos contribuam com a elaboração de pesquisas, recomendações e documentos sobre políticas regulatórias envolvendo comunicação política.

Relação com os príncipios do Decálogo

Liberdade, privacidade e direitos humanos

Temas do workshop

QJUR – Moderação de conteúdo | QJUR – Questões legais e regulatórias | QJUR – Regulação de plataformas |

Aspectos de diversidade relevante

Cor ou raça | Região | Outro |

Como a proposta integrará os aspectos de diversidade

A proposta apresenta diversidade quanto aos setores representados, sendo eles: científico e tecnológico, governamental, empresarial e terceiro setor. Quanto às regiões, estão inclusas o Sudeste, Sul, Centro-Oeste e Norte, pelas seguintes unidades federativas: Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Maranhão. Por fim, constam participantes com raças distintas.
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