Voltar para home

O uso da tecnologia para educação étnico-racial de crianças e adolescentes

Parte I – Sobre proponente e co-proponente

  • Proponente

    Nome: Grupo de Pesquisa e Ativista Audre Lorde

    Estado: Rondônia

    Região: Norte

    Setor: Comunidade Científica e Tecnológica

  • Co-proponente

    Nome: Tayná Oliveira Gomes

    Estado: Bahia

    Região: Nordeste

    Setor: Comunidade Científica e Tecnológica

Parte II - Sobre o Workshop

  • Resumo do workshop

    Apesar de compor um dos pilares para a governança da internet, o uso da tecnologia para a promoção de um debate de equidade étnico-racial ainda tem se mostrado incipiente entre os diversos setores. A mesa busca traçar caminhos possíveis para o uso das TICs na promoção do debate de inclusão de povos originários e negros, voltado principalmente para pensar a educação de crianças e adolescentes, a partir de um debate multissetorial e territorial.

    OBJETIVOS E CONTEÚDOS DO WORKSHOP

    A tecnologia se faz cada vez mais presente nas rotinas humanas, e com isso, debates sobre direitos humanos tendem a se fazer cada vez mais presentes. Entre eles, o debate o étnico-racial, que há anos já contorna os espaços acadêmico, político e jurídico brasileiros. Todavia, o debate sobre o uso da tecnologia a construção de diálogos étnico-raciais ainda se faz incipiente, centrado geralmente na AI e no uso de tal tecnologia na segurança pública. Porém, é preciso inserir cada vez mais na Governança da Internet diálogos que construam e insiram o pensamento negro e indígena, afinal se a maior percentual populacional do Brasil é formado pela aglutinação de pessoas negras (pretas e pardas) e indígenas, é de total necessidade que a internet reflita e seja utilizada como um canal para a comunicação de tal cultura. Assim, este workshop tem 3 objetivos: 1) Discutir a relação entre tecnologia e racismo, 2) Entender como construir diálogos que insiram crianças e adolescentes nesse contexto, percebendo como um direito humano básico o reconhecimento e respeito étnico-racial a partir das tecnologias; e 3) Apresentar estratégias, desafios e práticas de agenciamento coletivo e individual multissetoriais que possam servir de modelo para políticas públicas sobre o tema.

    RELEVÂNCIA DO TEMA PARA A GOVERNANÇA DA INTERNET

    Centralizar o debate étnico-racial no maior Fórum de Governança da Internet do Brasil se faz vital para caminhar cada vez mais em direção à superação de desafios que perduram há mais de uma década na GI, apontados inclusive na Cúpula Mundial da Sociedade de Informação (Genebra, 2003), como uma das adversidades a serem superadas para que possamos pensar em uma Internet que seja para todas/os/es. Dessarte, utilizando as TICs para a promoção do bem comum, em especial do combate às assimetrias causadas pelo racismo e etnocentrismo, temática essa reapropriada no NETMUNDIAL (Brasil, 2014), e afirmada como compromisso de diversidade nas políticas de seleção de workshops do FIB. Todavia, desde o FIB9, somente dois workshops foram aprovados com temas diretamente correlatos a racismo no Brasil, e ambos no mesmo ano (2020), mas nenhum com uma proposta direta sobre etnocentrismo. Assim, entende-se que a presente proposta se apresenta como exitosa à Governança da Internet, ao trazer a oportunidade não apenas do acúmulo teórico e político no encontro, como representacional. É preciso destacar que os abismos fomentados pelas assimetrias do racismo brasileiro não atingem somente a perspectiva do acesso, mas também as relações que esses sujeitos podem ter nas TICs, os enfrentamentos e embates com discursos de ódio. Assim, ao propormos pensar o uso da tecnologia para uma educação étnico-racial de crianças e adolescentes, propomos uma reflexão que atenda não apenas os pilares da GI, mas normativas nacionais como a Constituição Federal, o Estatuto da Criança e do Adolescente e as próprias normativas da BNCC. O Marco Civil da Internet, em seu artigo 2º, firma inclusive como compromisso da internet no Brasil o fundamento da diversidade e pluralidade, que só pode ser garantido a partir de pontes que se construam ainda na fase infanto-juvenil. Existem inclusive tratados internacionais ratificados pelo Brasil que demandam uma postura ativamente antirracista do Estado.

    FORMA DE ADEQUAÇÃO DA METODOLOGIA MULTISSETORIAL PROPOSTA

    Antes de iniciar a discussão, u moderadore apresentará, em 5 minutos, o contexto do workshop, palestrantes convidados, e a proposta da escrita de uma história conjunta. Em seguida, faremos um exercício de desconexão com respiração guiada (5m), para centralizar o foco no debate. Em seguida, faremos três rodadas de conversa, 20 minutos cada, em que as/os debatedores comentarão, a partir de suas experiências e estudos, os seguintes temas: Qual a relação entre racismo e tecnologia? Por que e como construir diálogos de tecnologias antirracistas com crianças e adolescentes, a partir dos direitos humanos? E quais os principais desafios e práticas multissetoriais que podemos adotar para utilizar a tecnologia na construção de uma educação antirracista para crianças e adolescentes? Os temas serão sorteados a partir da roleta Wordwall, para dinamizar os diálogos. Após esse momento, abriremos mais 15 minutos para perguntas da plateia e comentários, e por fim, 5 minutos para agradecimentos finais

    FORMAS DE ENGAJAMENTO DA AUDIÊNCIA PRESENCIAL E REMOTA

    Como uma forma de conectar a tecnologia e a promoção de igualdade étnico-racial, teremos duas abordagens de engajamento. A primeira com o uso do Padlet, para a construção de uma história étnico-racial emancipadora, demonstrando de forma prática uma das possibilidades de utilização da tecnologia e da arte para um letramento étnico-racial. E a segunda abordagem a partir do mentimeter para envio de perguntas e comentários. Além de ser possível o engajamento da plateia presencial com comentários e perguntas. Durante cada tema debatido, o Mentimeter será ainda utilizado para engajar a plateia com contribuições para os debates a cada rodada.

    RESULTADOS PRETENDIDOS

    1) Evidenciar a responsabilidade e o papel da educação em tecnologia no combate ao racismo; 2) Constituir estratégias multissetoriais para o agenciamento individual e coletivo de práticas antirracistas, para crianças e adolescentes; 3) Enumerar algumas metodologias e ferramentas práticas que podem ser utilizadas para promoção do debate étnico-racial a partir da tecnologia com o público infanto-juvenil.

    RELAÇÃO COM OS PRÍNCIPIOS DO DECÁLOGO

    Diversidade

    TEMAS DO WORKSHOP

    DINC – Crianças e Adolescentes | DINC – Povos originários e tradicionais | DINC – Raça |

    ASPECTOS DE DIVERSIDADE RELEVANTE

    Cor ou raça | Região | Idade ou geração |

    COMO A PROPOSTA INTEGRARÁ OS ASPECTOS DE DIVERSIDADE

    A mesa será composta a partir da diversidade, pois acreditamos que enquanto negros e povos originários, somos diversos, e esse espaço para pensar tecnologia e direitos humanos deve refletir tal dado. Assim, o primeiro fator de diversidade a se destacar é a diversidade de raça e etnia, que faremos não apenas na mesa, mas no espaço do FIB como um todo, ao pautar uma mesa colorida e múltiplos tons de ser negro/a e indígena no Brasil. Além disso, a mesa será intergeracional, assim, comporemos esse espaço com os mais novos e os mais velhos, entendendo que o conhecimento é ancestral, e a ancestralidade é cíclica. A mesa preza, ainda, pela paridade de gênero, e pela representação não binária da mediadore e proponente. Ademais, da representação de quatro regiões do país (norte, sul, centro-oeste e nordeste). Com o destaque de que a proposição do painel vem da amazônia brasileira, que além de fauna e flora constrói espaços de resistência e representação técnico-política.