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A superexposição de crianças e adolescentes para fins de saúde: desafios da construção de um ambiente digital neurodiver

Parte I – Sobre proponente e co-proponente

  • Proponente

    Nome: Fabiani Oliveira Borges da Silva

    Estado: Bahia

    Região: Nordeste

    Setor: Terceiro Setor

Parte II - Sobre o Workshop

  • Resumo do workshop

    O workshop multissetorial propõe uma discussão sobre os principais desafios que envolvem a superexposição de crianças e adolescentes PCD’s e neurodivergentes no ambiente digital com diferentes finalidades: buscar acolhimento, conscientização ou para a criação de redes de apoio. Os palestrantes, a partir das suas pesquisas e vivências diversas, irão debater as problemáticas que envolvem esse fenômeno complexo, passando pelos riscos para o desenvolvimento sócio-psíquico das crianças e adolescente

    OBJETIVOS E CONTEÚDOS DO WORKSHOP

    A superexposição de crianças e adolescentes nos meios digitais é um fato indissociável do comportamento humano frente à tecnologia. Os desafios dessa realidade são inúmeros: questões relativas à proteção de dados e à privacidade desses indivíduos e os limites da responsabilidade parental. Mas este cenário também comporta a superexposição para fins de acolhimento e saúde, onde o compartilhamento das informações é um meio e um fim para aproximação de pessoas com deficiência, seus pais e cuidadores, e para equipes terapêuticas multidisciplinares (como no caso de autismo, cromossomo XXI, TDAH, TOD, Dislexia, Discalculia etc). Nesse sentido, as redes sociais tornaram-se instrumento de aproximação de pessoas com deficiência, doenças raras, seus pais e cuidadores, além de profissionais de saúde, permitindo não apenas a divulgação de informações de saúde, como o acolhimento, através do espelhamento de vida dessas pessoas e suas experiências. Em muitos desses ambientes virtuais é comum a troca de dados pessoais sensíveis de crianças e adolescentes como forma de contextualização, relato de experiências, e, principalmente, compartilhamento de informações de saúde que integram o dia a dia dessas pessoas e seus profissionais. É possível ver o compartilhamento destes dados também entre os profissionais de saúde que compõem a equipe multidisciplinar, como parte de recomendação terapêutica validada por sociedade médica, a exemplo da Sociedade Brasileira de Pediatria com as recomendações para o tratamento do autismo, inclusive há aplicativos para equipes multidisciplinares trabalharem de forma otimizada. Quais os limites dessa atuação? Quais os impactos na personalidade desses indivíduos futuramente? Quais os aspectos ligados à privacidade e proteção de dados precisam ser observados por profissionais, famílias e sistemas? O debate e as reflexões sobre o tema impactarão a pesquisa científica, terceiro setor, plataformas de tecnologia e segurança da informação, além da sociedade.

    RELEVÂNCIA DO TEMA PARA A GOVERNANÇA DA INTERNET

    Com o advento da internet, bem como das redes sociais, os seres humanos passaram a compartilhar cada vez mais o seu cotidiano, fazendo com que a exposição online virasse uma regra social. Através de um click, milhares de pessoas podem visualizar, curtir, comentar, compartilhar e, nem sempre, tal comunicação produz um resultado positivo para o indivíduo exposto. No que tange especificamente à superexposição de crianças e adolescentes no ambiente digital, é válido frisar que envolve vários aspectos de responsabilização, tecnológica, jurídico, cognitivo, sociais, saúde, econômico. Neste contexto, cabe à sociedade civil, governo, terceiro setor, academia pautarem em suas agendas a necessidade de enfrentamento de questões complexas sobre privacidade e proteção de dados, e proteção à criança e adolescente, e PCDs. Sem dúvidas, a migração do ambiente analógico para o virtual desencadeou vários aspectos negativos, como também positivos frente ao tratamento de dados dos agentes supramencionados. Nessa linha, o workshop proposto está amparado também em alguns dos Princípios para a Governança e Uso da Internet no Brasil, especialmente os da Diversidade e da Universalidade, viabilizando um diálogo transparente, multisetorial e democrático, com a participação de um painelista neurodivergente, bem como duas painelistas que possuem filhos neurodivergentes, além de uma painelista que está vinculada a um projeto voltado para o cuidado, acolhimento e inclusão de famílias com pessoas dentro do espectro autista, com grande atuação no ambiente digital. Portanto, o painel se mostra relevante para a governança da internet, uma vez que representa um espaço de intercâmbio horizontal de experiências vividas que alicerça todo o trabalho de pesquisa para a produção do presente workshop.

    FORMA DE ADEQUAÇÃO DA METODOLOGIA MULTISSETORIAL PROPOSTA

    O workshop no formato de mesa redonda em dois blocos centrais, com dois moderadores, partindo de uma pergunta norteadora central: quais os principais desafios da superexposição de crianças e adolescentes e a construção de um ambiente digital neurodiverso? Moderadora 01 exposição inicial do tema, contextualização da complexidade do tema lançando a pergunta norteadora central tanto para os painelistas, quanto para a audiência (10 minutos). Moderador 02 (relator) incentivará participação do público (online e presencial) através da plataforma Menti. Após uma primeira rodada de perguntas específicas, a partir da discussão norteadora, para painelistas (10 minutos/cada), encerrando com seus comentários (25 minutos). Moderador 02 mostrará interações da audiência e fará comentários, relacionando com o que foi discutido no 1º bloco. 2ª rodada de perguntas, moderadora 01 fará perguntas específicas para os dois últimos painelistas (10 minutos/cada). 15 minutos finais para considerações finais.

    FORMAS DE ENGAJAMENTO DA AUDIÊNCIA PRESENCIAL E REMOTA

    O engajamento e participação da audiência presencial e remota será parte fundamental para o desenvolvimento do workshop, sendo destinados 25 minutos exclusivamente para essa finalidade. Será utilizada a plataforma Mentimeter (com geração de um link/qrcode) para que o público presente ou remoto colabore com respostas e experiências pessoais atreladas à pergunta norteadora do painel. Para tanto, o moderador 02 ( relator) ficará como ponto focal de controle e apresentação das contribuições recebidas. Na abertura do painel, ele indicará o link/QRcode e incentivará a participação. Em seguida, em dois momentos diferentes as contribuições do público serão lidas, comentadas e apresentadas ao longo do painel: ao fim do primeiro e do segundo bloco de perguntas. Além disso, como “aquecimento” para o debate, todos os painelistas e moderadores vão gravar um vídeo e compartilhar nas suas redes sociais 01 (uma) semana antes da data do evento, abordando o tema e convidando para participação.

    RESULTADOS PRETENDIDOS

    Os debates sobre as questões privacidade e proteção de dados, segurança, necessidade de espaços virtuais para trocas de experiências voltadas à saúde, inclusão e diversidade de crianças e adolescentes PCD’s e neurodivergentes, poderão trazer novas soluções para adoção de medidas de segurança e mitigação de riscos, envolvendo a superexposição para fins de saúde O multissetorialismo será importante para mapear consensos e dissensos sobre o tema, de forma a balizar a discussão entre os riscos e limites atrelados à superexposição, bem como os benefícios oriundos de tal fenômeno. Além disso, ressaltamos que um dos principais resultados que pretendemos alcançar é a conscientização social, de forma que construímos uma dinâmica específica de participação

    RELAÇÃO COM OS PRÍNCIPIOS DO DECÁLOGO

    Liberdade, privacidade e direitos humanos

    TEMAS DO WORKSHOP

    DINC – Crianças e Adolescentes | DINC – Grupos excluídos e minoritários | PRIS – Privacidade e proteção de dados pessoais |

    ASPECTOS DE DIVERSIDADE RELEVANTE

    Gênero | Cor ou raça | Pessoas com deficiência |

    COMO A PROPOSTA INTEGRARÁ OS ASPECTOS DE DIVERSIDADE

    O tema central do workshop por si só está ligado, de forma intrínseca, com aspectos de diversidade e inclusão, ao passo que propõe um debate sobre crianças e adolescentes neuro diversas e pcd’s no campo da saúde e tecnologia. Para que a discussão ganhe contornos de maior legitimidade, já foram convidados e confirmados: um palestrante neurodivergente, para que possa compartilhar suas vivências pessoais sobre o tema; uma palestrante que possui um filho neurodivergente e que está vinculada a um projeto voltado para o cuidado, acolhimento e inclusão de famílias com pessoas dentro do espectro autista, com grande atuação no ambiente digital. De igual maneira, o painel também será composto, em sua maior parte, por mulheres, o que reforça a diversidade de gênero e por pessoas que residem na Região Nordeste do país, oriundas de diferentes setores de atuação, o que reforça a diversidade regional e cultural.