Entre médicos e algoritmos: decisões automatizadas na área da saúde



Parte I – Sobre proponente e co-proponente

Proponente

Nome:

Matheus Zuliane Falcão

Estado:

São Paulo

Região:

Sudeste

Setor:

Comunidade Científica e Tecnológica

Organização:

Centro de Estudos e Pesquisas de Direito Sanitário - CEPEDISA

Co-proponente

Nome:

Laurianne-Marie Schippers

Estado:

São Paulo

Região:

Sudeste

Setor:

Comunidade Científica e Tecnológica

Organização:

Centro de Ensino e Pesquisa em Inovação - CEPI FGV Direito SP

Parte II - Sobre o Workshop

Formato do workshop

Mesa redonda

Resumo do workshop

A combinação de telemedicina, aplicativos de saúde e aparelhos de monitoramento do corpo em tempo real (wearables) abre caminho para um uso mais intenso de agentes autônomos na área da saúde. Softwares com decisões automatizadas permitem um acompanhamento detalhado e personalizado que seria impossível nessa escala por médicos e enfermeiros humanos, mas também levantam discussões sobre cibersegurança, dados e, principalmente, embates com as normas em um ambiente fortemente regulado.

Objetivos e conteúdos do workshop

A COVID-19 aumentou a visibilidade de soluções em larga escala para o setor de saúde, intensificando uma tendência presente há alguns anos de integração de tecnologias e comunicação a serviços no setor de saúde (e-Health). Apenas o governo de São Paulo, por meio da iniciativa “Juntos contra a COVID-19”, realizou quatro desafios em 2020 para encontrar empresas dispostas a oferecer soluções tecnológicas para o combate da pandemia. Empresas como Portal Telemedicina já oferecem serviços de telemedicina orientados por agentes autônomos, como mecanismos de triagem de exames e chamadas que priorizam aqueles mais graves. O Instituto Laura Fressatto recentemente assinou termo de cooperação com o Ministério da Defesa, o MCTIC, a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e o Hospital das Forças Armadas para implementar inteligência artificial em hospitais da rede pública, iniciando o projeto piloto pelo HFA.
O workshop deseja esmiuçar esse fenômeno, questionando desafios e práticas que devem ser olhadas com mais cuidado pela sociedade civil e pelos reguladores. Para isso, pretende colocar em discussão algumas questões sobre decisões automatizadas no setor de saúde:
• Qual o estado da arte do emprego decisões automatizadas em saúde digital? Que tipos de atividades estão recebendo esse tipo de inovação?
• Que tipo de decisões pode ser automatizado sob o atual arcabouço regulatório das atividades no setor? Quais decisões poderiam ser automatizadas, mas poderiam sofrer questionamento sob esse arcabouço?
• Quais pontos da regulação atual podem ser alterados para favorecer a expansão desse uso?
• Quais pontos podem ser alterados para favorecer o controle desse uso? Quais aspectos devem ser controlados?
• Quais as perspectivas no tema para os próximos cinco anos?

Relevância do tema para a Governança da Internet

O uso de inteligência artificial e data analytics, segundo o Distrito Healthtech Report 2020, sem considerar os investimentos em startups de outros segmentos que utilizam essas ferramentas. Empresas tradicionais no setor estão incorporando essas soluções em seus serviços, como Amil e Sulamérica. A mesa discutirá importantes princípios do decálogo, especialmente inovação e ambiente regulatório e legal. O tema é especificamente importante para a inovação no setor de saúde, que se caminha cada vez mais para a integração de ferramentas de informação e comunicação, especialmente uso da Internet, à prestação de serviços. Em relação à inovação, a mesa é importante: a) para quem pretende inovar; b) para quem usa a inovação; c) para quem regula a inovação. Para quem pretende inovar, a discussão sobre decisões automatizadas na saúde é relevante porque: a) apresenta o estado atual do mercado; b) aponta tendências de mercado; c) discute modelos de negócio lícitos ou ilícitos frente à regulação; d) apresenta entraves à inovação. Para quem usa a inovação (ex. pacientes), é relevante porque: a) apresenta os benefícios; b) apresenta os riscos; c) sensibiliza para aspectos não pensados no momento do consumo. Para quem regula a inovação, é relevante porque: a) apresenta potenciais usos e gargalos regulatórios; b) apresenta perspectivas futuras para esses serviços; c) apresenta desafios que exigem olhar do regulador.  

Forma de participação dos(as) palestrantes

Pretende-se que o workshop se estruture no formato de debate com rodadas de fala dos participantes da mesa. Os participantes receberão previamente três perguntas para trabalhar em sua fala e serão instados a elaborar a apresentação para respondê-las: * Qual o estado da arte atual dos usos de decisão automatizada no setor? * Quais os gargalos e possibilidades à luz da regulação atual? * Quais as perspectivas futuras para o emprego de decisão automatizada no setor? O debate seguirá a estrutura: * Apresentação de participantes e do tema (5min); * Apresentações de cada participante (12min cada, total de 60min); * Debate livre em torno de perguntas do público (10min); * Relatoria apresenta no que concordaram e discordaram em suas apresentações (10min) * Encerramento (5min). Os debatedores trazem experiências práticas com decisões automatizadas.

Engajamento da audiência presencial e remota

A audiência participará do debate por meio do canal de comunicação do evento. Haverá um momento específico no debate para coleta de considerações do público. Entre uma fala e outra, a pessoa responsável pela moderação poderá mencionar esses comentários na transição, para que o debatedor tenha o ponto em mente. Finalmente, a relatoria ficará responsável por sintetizar as principais contribuições do público e as respostas que foram dadas ao longo do debate a esses questionamentos.

Resultados pretendidos

Ao final da mesa, espera-se que o público: * Conheça o estado da arte sobre decisões automatizadas em saúde; * Conheça os principais aspectos das decisões automatizadas regulados atualmente; * Conheça os principais desafios e gargalos regulatórios para o uso de decisões automatizadas na área de saúde; * Conheça perspectivas de utilização e regulação de decisão automatizada para os próximos anos.

Relação com os príncipios do Decálogo

Inovação

Temas do workshop

Inteligência artificial | Internet das coisas | Saúde e internet

Aspectos de diversidade relevante

Gênero | Região

Como a proposta integrará os aspectos de diversidade

A escolha por uma empresa e um instituto que inovam no setor em saúde, mas não se situam no eixo Rio-São Paulo, procura trazer para a mesa uma perspectiva regional para a inovação, trazendo os desafios enfrentados no Sul e Nordeste. Vale mencionar que, segundo o último levantamento da Distrito, quase metade das healthtechs estão em São Paulo. A essa proposta se somam uma debatedora da área jurídica com grande experiência em laboratórios de inovação em saúde (Hospital Albert Einstein e Dr. Consulta) e uma pesquisadora da Fiocruz responsável pela Especialização sobre Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade da Escola Nacional da instituição, com experiência em telessaúde, que também poderão trazer uma perspectiva de gênero e discriminação algorítmica para a mesa. Finalmente, vale ressaltar que as debatedoras e os debatedores têm experiência de anos no tema, atuando em instituições grandes e pequenas, com entendimento da perspectiva para o tema.

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