A plataformização da educação na América Latina e na África e os desafios da soberania digital no Sul Global

Parte II - Sobre o Workshop

• Resumo do workshop

  A plataformização da educação avança significativamente no Sul Global, desde a covid-19. O mapeamento desse fenômeno na América do Sul mostrou que Google e Microsoft dominam o mercado de plataformas educacionais nas instituições de educação superior dessa região. Os objetivos do Workshop são apresentar dados sobre a plataformização da educação na América Latina e África, debater sobre os riscos desse fenômeno para a educação pública e destacar soluções implementadas em diferentes territórios.

  OBJETIVOS E CONTEÚDOS DO WORKSHOP

  Os objetivos do workshop são: - apresentar a metodologia de coleta de dados e os resultados do novo mapeamento da plataformização da educação superior pública, contemplando América Latina e África; - conceituar soberania digital e sua importância para o desenvolvimento dos países no Sul Global; - destacar caminhos e soluções implementadas em diferentes territórios, nacionais e internacionais; - possibilitar visibilidade das implicações e riscos da plataformização na educação à sociedade. O workshop irá debater o avanço da plataformização da educação na América Latina e na África, trazendo dados inéditos do mapeamento e analisar como esse fenômeno compromete a soberania digital, bem como a independência política e econômica dos países do Sul Global. A reunião de especialistas dos temas possibilitará um debate qualificado e multissetorial com o público presencial e remoto.

  RELEVÂNCIA DO TEMA PARA A GOVERNANÇA DA INTERNET

  Com a adoção do modelo de negócios de monetização dos dados pessoais dos usuários de seus serviços e produtos, as Big Tech Amazon, Meta, Apple, Google e Microsoft tiveram um crescimento sem precedentes em suas receitas. No setor educacional, a adoção das plataformas digitais das Big Tech vem avançando significativamente em diversos países, especialmente no Sul Global, desde a covid-19, constituindo o fenômeno da plataformização da educação. {{{No período entre 2020 e 2022, o Observatório Educação Vigiada realizou o mapeamento da plataformização da educação pública no Brasil e na América do Sul}}}. A pesquisa mostrou que as empresas Google e Microsoft dominam o mercado de plataformas educacionais nas instituições de educação superior dessa região. Tal fenômeno traz implicações e riscos para a educação pública, como comprometimento do processo de ensino e aprendizagem, mercantilização dos dados da comunidade acadêmica e escolar, compromentimento na formação de mão de obra desenvolvedoras de estruturas e infraestruturas e riscos para a soberania digital, política e econômica dos países, uma vez que dados estratégicos da educação pública estão em poder das Big Tech, gerando dependência tecnológica. A declaração da Cúpula da ONU, em setembro de 2023, pontuou que é preciso tomar medidas para eliminar as divisões digitais e disseminar os benefícios da digitalização, ampliar a participação de todos os países, em especial os países em desenvolvimento, na economia digital. Diante desse contexto, é urgente promover debates com representantes de diversos setores da sociedade, com o público em geral e com o poder público e elaborar ações que visam promover a soberania digital e nacional dos países do Sul Global. O Workshop pretende apresentar o mapeamento inédito da plataformização da educação na América Latina e África, dados que permitirão conhecer os cenários da plataformização em outros países do Sul Global.

  FORMA DE ADEQUAÇÃO DA METODOLOGIA MULTISSETORIAL PROPOSTA

  O workshop contará com a presença de representantes dos setores governamental, comunidade científica-tecnológica, terceiro setor e empresarial nacional e internacional (este último virá com recursos próprios, sem a necessidade de apoio financeiro do FIB). O workshop possibilitará a interação entre os palestrantes e os públicos presencial e remoto. A atividade será organizada em três momentos: O workshop será iniciado com a apresentação dos painelistas pelo moderador. Em seguida, cada palestrante realizará uma exposição inicial, por 9 minutos. Na segunda rodada, o moderador incentivará os públicos presencial e remoto a realizar perguntas direcionadas aos palestrantes. Por fim, cada palestrante realizará uma fala de encerramento de 2 minutos. O tempo será organizado da seguinte forma, totalizando 1 hora e 30 minutos de exposição: 54 minutos de exposicao inicial; 24 minutos para perguntas e respostas e comentários; 12 minutos palavras finais.

  FORMAS DE ENGAJAMENTO DA AUDIÊNCIA PRESENCIAL E REMOTA

  Serão criados cards de divulgação para redes sociais convidando o público para participação no evento, além de envio de mensagens para grupos de pesquisa, representantes dos poderes legislativos e também gestores da educação básica e superior. Sindicatos e associações ligados ao ensino também serão convidados.

  RESULTADOS PRETENDIDOS

  Os painelistas possuem grande experiência e são referências nacionais e internacionais na área de pesquisa e atuação no tema. Espera-se que o workshop possibilite ricas reflexões, debates e conscientização do público em geral sobre o tema, que contribua para a mobilização da sociedade civil e do poder público sobre a importância de enfrentar a plataformização da educação e lutar pela soberania digital, econômica e política. O documento síntese da relatoria será encaminhada à secretaria de políticas digitais da Presidência da República, bem como para assessores legislativos envolvidos com projetos de lei relacionados ao tema.

  RELAÇÃO COM OS PRÍNCIPIOS DO DECÁLOGO

  Liberdade, privacidade e direitos humanos

  TEMAS DO WORKSHOP

  PRIS – Capitalismo de vigilância | QUJR – Soberania de dados e soberania digital | TEDU – Educação online |

  ASPECTOS DE DIVERSIDADE RELEVANTE

  Gênero | Cor ou raça | Região |

  COMO A PROPOSTA INTEGRARÁ OS ASPECTOS DE DIVERSIDADE

  A proposta integra aspectos de diversidade uma vez que explora a plataformizacao em instituicoes educativas de países diversos e de continentes diferentes. No entanto são países que possuem condições políticas e econômicas similares. Trata-se de uma oportunidade ímpar para os participantes do FIB se reconhecerem como cidadãos do Sul Global da mesma forma que os cidadãos do continente africano. Esses países se tornaram territórios explorados por companhias do Norte Global que dominam o cenário global digital. A mesa do workshop será composta por participantes, moderador e relator dos estados do Pará, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e do Distrito Federal. Haverá a presença de mulheres de três regiões do País e uma delas é uma das líderes do mapeamento da plataformização da educação na África.