A sessão explora a intersecção do colonialismo digital e o conceito de tecnodiversidade – entre outros, segundo a abordagem do filósofo chinês Yuk Hui. Para o filósofo, a convergência das tecnologias modernas pela superfície da Terra a partir do século XX favoreceu uma história tecnológica fundamentalmente europeia, que foi capaz de atualizar e aprofundar o processo de colonização iniciado com a expansão marítma. A globalização, impulsionada por um ideal de universalidade da tecnologia, que ignora seu caráter intrínseco à cultura humana, produziu um processo de homogeneização tecnológica, aprofundando o apagamento de saberes gerado pela violência contra os povos africanos e ameríndios. Essa homogeneização aconteceu através da sincronização possibilitada pela tecnologia, que faz com que "diferentes tempos históricos convirjam em um único eixo de tempo global [priorizando] tipos específicos de conhecimento como força produtiva principal". Outros futuros possíveis necessitam do avanço de uma diversidade de cosmotécnicas, capazes de inspirar e recontextualizar as tecnologias modernas.
Essa sessão busca explorar quais são as possibilidades de repensar a Internet, uma rede global de computadores que se pretende uma infra-estrutura única, e as alternativas de desenvolvimento tecnológico que contemplem a especificidade de povos e grupos locais não-ocidentais. Como romper, por exemplo, com o dadoísmo, que usa da quantificação como critério último de julgamento?
Sessão Principal 1: Tecnodiversidade e colonialismo digital: Imaginando outros futuros
22 maio
Sala 1 - 1º andar14:00 - 16:00
Palestrantes
José Murilo Costa Carvalho Junior
Instituto Brasileiro de Museus - Ibram (Governamental)Sérgio Amadeu
UFABC (Comunidade Científica e Tecnológica)Thiane Neves Barros
Centro de estudos e defesa do negro no Pará (cedenpa) - (Terceiro Setor)Moderação
Rodolfo Avelino
Conselheiro - CGI.br- Sergio - Material da Apresentação